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Antes de tecnologia, trabalho com competências requer matriz de objetivos

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Por Vinícius de Oliveira
Do Porvir

Se cresce no mundo da educação a certeza da necessidade de desenvolver competências para o século 21, o mesmo não se pode dizer a respeito de como escolas devem oferecer e avaliar esse lado não-cognitivo da educação. Nesta terça-feira, 1, o CIEB (Centro para Inovação da Educação Brasileira) reuniu especialistas para discutir como o assunto tem sido tratado por quem desenvolve programas para secretarias e grupos de ensino, ou oferece tecnologia diretamente para as escolas públicas e privadas.

A introdução ao tema ficou por conta de Letícia Lyle, sócia e diretora pedagógica do AfterSchool, professora do Instituto Singularidades e diretora de currículo e avaliação da SOMOS Educação. Ela apresentou a evolução da teoria dos traços de personalidade (ver mais no Especial Competências Socioemocionais) a partir da reunião de especialistas de diferentes áreas como economia, psicologia e educação. Para relacionar a discussão com a Base Nacional Comum Curricular, a Letítica mostrou o infográfico publicado pelo Porvir, que foi elaborado a partir de leitura crítica realizada por Anna Penido, diretora do Inspirare e integrante do Movimento pela Base.

Apesar mencionar termos como autorregulação, pensamento crítico e criatividade, que já estão no horizonte de quem deseja incluir o desenvolvimento de competências ao currículo, Letícia evitou falar em fórmulas para avaliação. Para ela, o importante é definir objetivo e os caminhos a serem seguidos, seja por progressão ou com tarefas simultâneas. “Em um projeto que estamos desenvolvendo com o professor (da Universidade de Harvard e fundador do Center for Curriculum Redesign) Charles Fadel, a pergunta que fazemos é como chegar em um aluno criativo. Com isso, pode-se olhar para dentro da prática e checar se estão presentes elementos como música, matemática ou socioemocional. Porém, tudo depende da construção de uma matriz que sirva de referência”, disse.

No caso do Instituto Ayrton Senna, que está criando um mecanismo de avaliação para competências não-cognitivas, uma das matrizes usadas na rede estadual do Rio de Janeiro para o ensino médio destaca autonomia, autoconhecimento, colaboração, comunicação, responsabilidade, abertura para o novo, pensamento crítico, criatividade e resolução de problemas. “A ideia é fazer com que o jovem se conheça, possa tomar decisões e ter autonomia para ser quem ele desejar. São competências para o desenvolvimento pleno, e não para formar um padrão de pessoa ou de personalidade”, disse Amaral de Oliveira, responsável pela área de projetos de inovação e tecnologia da instituição.

Pelo lado dos empreendedores, Samara Werner, diretora da Tamboro, mostrou como a startup tem se adaptado e usado pesquisas para construir diferentes plataformas para atender à formação de alunos de ensino médio ao superior e, dado o deficit já percebido por empresários, suprir a carência na formação de profissionais que estão no mercado de trabalho.

“A gente tem diversos tipos de algorítmos que colocam o usuário diante de diferentes situações. O jogo serve muito bem para isso porque a maneira com que o aluno responde a um desafio, o tempo que leva para encontrar uma solução e o momento que chama outra pessoa para participar são capazes de gerar dados. Estamos falando de uma quantidade de dados incríveis e a gente tem como usar isso dentro da educação”, disse Samara, que vê como principal vantagem para o uso da tecnologia a possibilidade de corrigir processos mais assertivamente, antes que se chegue a um final de projeto que não tenha trazido resultados nem para professores e nem para o aprendizado dos alunos.

 

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