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Mídias na Educação: Discurso Oficial nos Discursos de Professores Egressos de um Programa de Formação Continuada

Heloisa Helena Oliveira de Magalhães Couto, Luiz Augusto Coimbra Rezende

Resumo

31/12/2013
Os discursos em torno das tecnologias de informação e comunicação (TIC) ganharam visibilidade em nosso país a partir de 1995, sobretudo após o lançamento da Internet (comercial) e da implementação de Políticas concernentes à incorporação das novas tecnologias ao espaço educacional. De forma geral, nos discursos oficiais, a tecnologia é a grande aliada na reconfiguração da prática pedagógica e recai sobre o professor a responsabilidade por promover essa transformação, demandando para
isso uma requalificação que lhe permita ocupar o papel de mediador entre as TIC e os alunos. Nesse artigo, buscamos discutir a apropriação pedagógica das TIC, a partir das práticas compartilhadas por professores egressos do curso de Formação Continuada Mídias na Educação para compreendermos, na perspectiva dos professores, e nas relações entre seus discursos e o oficial, que fatores são determinantes para que utilizem as TIC em sala de aula e que aspectos de sua Formação foram significativos para essa utilização. Fundado na concepção da coautoria como estratégia de aprendizagem e associado a uma visão sócio-interacionista, sem, contudo, deixar de estar atrelado a enfoques instrumentais, apresenta como uma de suas características “a integração das diferentes mídias ao processo de ensino e de aprendizagem”. Aplicamos, em duas etapas, dois questionários de abordagem qualitativa a todos os concluintes de algum ciclo do curso em uma Universidade Federal. De cerca de 410 cursistas contatados, 172 responderam ao primeiro questionário e 73 ao segundo, de abordagem mais aprofundada. Os resultados mostram uma dissociação entre os novos sentidos que os professores imprimem para as TIC em seus discursos e a omissão, ou a utilização eventual das tecnologias em suas práticas cotidianas. Nesse contexto, há visível apropriação e hibridização entre os discursos oficial e dos professores, sem demonstrar, no entanto, passividade ou falta de criticidade por parte deles.
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